Feliz Natal
No primeiro momento, pensei que o ar pesado fosse rancor. Nada mais justificável. Afinal, depois de tudo, eu voltei. Meu sorriso zombeteiro enfrentando o grupo de novos homens. Eles me amaldiçoaram na escola, eu serei agora a maldição de natal deles. Me aproximei confiante, apesar de ainda crer na possibilidade de eles se juntarem para me dar uma surra. Não, a culpa não os deixaria fazer isso, não importa qual seja a vantagem numérica. – Veio aqui pra rir da nossa cara? – Foi ele. Justo ele, de quem eu esperava resistência máxima. Parecia simplesmente conformado com a minha vitória. Foi só então que eu percebi que não era de rancor que se alimentava aquele ar pesado, coisa abstrata pesando sobre todos quase como se tivesse uma cor. Aquilo era tristeza. Pasmo, deixei meu sorriso vacilar e dar lugar ao espanto. – O que aconteceu? – ...