Dança da Lua
Entre giros
sutis e rodopios no silêncio, ela sorri e chora, equilibrando-se na ponta da
sapatilha, lançando ao ar seu vestido branco, que é prata, que é vermelho.
Um espetáculo que apenas a Lua
presencia, e parece inchar de orgulho e admiração ao ver a coreografia que se
desenrola dentro da imensa solidão da floresta. A Lua sorri e chora, iluminando
as cores daquele vestido branco como se fez, prata como se vê, vermelho como se
sente e tão negro quanto a maravilhosa luz da noite.
E a coreografia parece dançar junto
da moça só, como que separados em um par. Pois a dança não é prevista, ela é
sentida e exposta, gritada ao vento como angústia, sussurrada à terra como gratidão,
tocada pelas árvores como paixão. E é sutilmente que a Terra, as Árvores e o
Vento parecem dançar junto da moça de vestido verde, e a lua se contagia e
ilumina mais e mais o amarelo das rendas dançantes, e o chão se move junto das
sapatilhas, enquanto a moça deixa o vento brincar com seus cabelos e as árvores
abraçarem suas mãos.
É nos rodopios da saia de arco-íris
que sorri e chora aquela moça que se chama Solidão, que se chama Lua, que se
chama Dança.
Comentários
Postar um comentário