Quando a placa cair
Quem dera ele andasse de cabeça baixa. Desta forma não veria a imensa placa de metal pendurada em sua frente. Talvez fosse melhor assim, pois, se andasse de cabeça baixa, veria no chão um dos pregos que seguravam a imensa placa. Não fez diferença, pois agora estava num impasse. Como poderia prosseguir, sendo que teria de passar por debaixo daquela gigantesca e amarela guilhotina balançando ao vento? Precisaria esperar, pois tinha a certeza de que na cabeça de alguém aquela placa iria cair, e não podia ser na dele. Uma pessoa passou. A placa balançava, mas continuava lá. Três era seu número da sorte, iria passar por terceiro. Mas em seguida veio um casal, e ele perdeu o terceiro. A placa continuava balançando. Acima dele uma velha que regava as plantas da janela do apartamento o olhava com desconfiado interesse. Três amigos passaram rindo, conversando e gritando. A pla...